quarta-feira, 27 de maio de 2009

Encontro com Bosco Brasil

     (da esquerda para a direita) Marina Arthuzzi, Rosa Antuña, Fernando Couto, Kiko Ferreira, Bosco Brasil, Christiane Antuña, Gil Esper, Omar Jabur e João Marcos Dadico.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

quarta-feira, 13 de maio de 2009

ESTRÉIA EM BELO HORIZONTE

Dias 21 a 31 de maio de quinta a domingo, no Galpão Cine-Horto
PRESENÇA CONFIRMADA: Bosco Brasil virá a Belo Horizonte no sábado, dia 23, para ver a versão mineira de Cheiro de Chuva.



"Cheiro de Chuva"



Foto: Guto Muniz

A montagem

“Cheiro de Chuva” é um espetáculo de teatro, e não de dança. Em cena estão atores, que não são bailarinos, mas com um intenso trabalho de pesquisa corporal. O espetáculo procurou fugir dos clichês que, normalmente, permeiam o universo das histórias de amor ambientadas no cenário da dança de salão. Para isso, a montagem buscou elementos que “traíssem” esse universo. Dessa forma, saem os clichês da mulher de salto alto, do conceito da sensualidade e do romantismo, e entram movimentos fragmentados, duros, criando um possível estranhamento. Esses movimentos imperfeitos buscam traduzir o que é , na vida real, uma relação entre duas pessoas, com suas arestas, dificuldades, desencontros e nãoditos, em retrato muito distante do ideal de romantismo e de caliente sensualidade presente nesse cenário. Em cena, o confronto com o outro, a falta de comunicação entre as pessoas, a distância entre o pensamento e o ato, o desejo e sua negação.

A direção apostou na poesia e na plasticidade evocadas pelo texto e construiu a estética do espetáculo em uma conjunção com o cenário, a iluminação e a movimentação dos atores. A relação entre a professora e o aluno é construída no plano real e no plano onírico, o que possibilitou à direção a dissolução de espaços nitidamente demarcados, a fragmentação da história, de gestos e de movimentos.

A recusa aos clichês norteou todos os elementos em cena. A trilha sonora, assinada por Kiko Ferreira, insere-se organicamente ao que acontece em cena e aos sentimentos revelados ou não pelos personagens. A música tem uma presença marcante durante todo o espetáculo, e há na trilha tanto uma nova geração de músicos argentinos que recriam a obra do músico Astor Piazzolla em base eletrônica, como o trabalho do músico japonês Ryuchi Sakamoto, com sua visão musical ampla, experimental e sofisticada.

A movimentação dos atores, peça fundamental da encenação, também foi criada nesse sentido. A preparadora corporal, coreógrafa e bailarina Rosa Antuña buscou recurso no corpo dos atores a partir das emoções dos personagens, que são intensas, mas contidas. É como se eles se revelassem por dentro, como se o corpo fosse visto pelo avesso. A linguagem contemporânea desenvolvida para o espetáculo trabalhou as articulações, contrações e posições corporais de conflito.